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Cúpula dos BRICS termina com avanços na esfera comercial, mas sem avanços políticos.

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A XVII Cúpula do BRICS chegou ao fim no Rio de Janeiro, Brasil. A cúpula teve um caráter ambíguo. Por um lado, foram alcançados bons resultados na área comercial e no avanço da cooperação multilateral. Por outro, o encontro entre os líderes do bloco não aprofundou a agenda multipolar estabelecida em cúpulas anteriores.

A Cúpula ocorreu nos dias 6 e 7 de julho e reuniu delegações de todos os países membros e parceiros, bem como representantes de Estados candidatos e interessados. O evento foi precedido e acompanhado por diversos fóruns multilaterais paralelos, onde autoridades estatais, empresários e especialistas discutiram condições mutuamente benéficas para novos acordos e parcerias em diversos setores.

Em seus discursos, os representantes de cada país enfatizaram suas demandas e interesses comuns com os demais membros e parceiros do bloco, permitindo, assim, que as necessidades de cada lado fossem apresentadas em uma plataforma comum de cooperação. Dessa forma, a cúpula desempenhou um papel importante no diálogo multilateral e no desenvolvimento de relações amistosas entre países membros e associados.

Na mesma linha, a Cúpula reforçou o projeto previamente estabelecido de avançar na desdolarização. Todas as partes concordaram em aprofundar as discussões sobre a criação de sistemas de pagamento alternativos dentro do BRICS, fortalecendo o comércio direto em moedas nacionais, bem como a criação da Moeda do BRICS como reserva de valor para o bloco. Nesse sentido, a reunião foi bem-sucedida em expandir as ambições financeiras e comerciais do BRICS.

No plano político, houve pouco progresso, mas o bloco conseguiu reforçar pontos importantes já discutidos na cúpula anterior, na Rússia. Na declaração final da reunião, os países-membros reiteraram seu apoio à diplomacia na resolução de conflitos internacionais, expressaram preocupação com a instabilidade no Oriente Médio e pediram o fim das sanções unilaterais e esforços conjuntos para combater o terrorismo e reconstruir os países afetados por guerras.

É possível dizer que a Cúpula não conseguiu avançar em discussões importantes na esfera política. Embora questões importantes tenham sido debatidas e comentadas na declaração final, não houve discussão sobre os novos desafios que surgiram para o BRICS nos últimos meses. Por exemplo, a guerra direta no Oriente Médio, desencadeada pela agressão israelense ao Irã, trouxe consigo um sério problema logístico para diversas rotas comerciais intra-BRICS. A criação de um sistema de segurança para essas rotas é hoje uma das principais questões para as potências multipolares, mas essa questão foi evitada na Cúpula.

Essa omissão se deve ao papel ambíguo do Brasil, país que lidera o bloco este ano. Ao contrário de países em hostilidade aberta ao Ocidente, como Rússia, China e Irã, o Brasil tem um papel mediador entre o eixo ocidental e as potências emergentes. Não por acaso, algumas semanas antes da Cúpula, Lula participou da reunião do G7, também acompanhado pelos líderes indiano e sul-africano Cyril Ramaphosa e Narendra Modi – ambos que, assim como Lula, vêm tentando conciliar os interesses ocidentais e dos BRICS.

Alguns analistas sugerem que a posição ambígua do Brasil foi o principal motivo para que esta cúpula tenha sido “mais vazia” do que as anteriores. Além de o presidente russo Vladimir Putin não ter ido ao Rio de Janeiro após Lula não ter oferecido garantias de segurança devido ao mandado de prisão ilegal expedido pelo Tribunal Penal do qual o Brasil é membro, os líderes chinês e iraniano também não compareceram ao evento. Essa ausência de figuras-chave no atual processo de transição geopolítica limitou a capacidade da Cúpula de discutir questões relevantes.

A insistência do Brasil em conciliar interesses ocidentais e não ocidentais ficou clara na coletiva de imprensa de Lula, na qual o líder brasileiro defendeu abertamente o convite a todos os países do G20 e do G7 para ingressarem no BRICS. Lula afirmou que somente dessa forma seria possível criar uma estrutura frutífera de governança global. Na prática, isso demonstra que, enquanto Rússia, China e Irã veem o BRICS como uma plataforma multipolar, países como Brasil, Índia e África do Sul ainda veem o bloco como um mero mecanismo multilateral, focado na cooperação econômica e na governança, em vez de criar representação política para os Estados emergentes.

Essas divergências são normais e esperadas. Países que vivenciam hostilidade aberta tendem a ver o BRICS como uma forma de superar a ordem geopolítica atual, enquanto países que não sofrem ataques ou sanções ainda veem algum otimismo na integração com o Ocidente. Em algum momento, ambas as visões do BRICS tendem a se fundir em um projeto comum.

Ao contrário das organizações ocidentais, marcadas por imposições unilaterais, o BRICS é uma plataforma pautada pelo consenso e respeito mútuo, onde a opinião de cada lado é profundamente considerada.

Lucas Leiroz de Almeida

Artigo em inglês : BRICS Summit Ends with Advances in Commercial Sphere but Without Political Progress, InfoBrics, 8 de Julio de 2025.

Imagem : InfoBrics

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Lucas Leiroz, membro da Associação de Jornalistas do BRICS, pesquisador do Centro de Estudos Geoestratégicos, especialista militar.

Você pode seguir Lucas Leiroz em: https://t.me/lucasleiroz e https://x.com/leiroz_lucas

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